Alain Finkielkraut - Você compartilha o ideal do escritor como eremita, um monge por escolha própria que deve permanecer afastado da vida pelo amor à arte?
Philip Roth - Você sabe, a arte também é vida. A solidão é vida, a meditação é vida o fingimento é vida, a suposição é vida, a contemplação é vida, a linguagem é vida. Haverá menos vida em dar voltas nas frases do que em fabricar automóveis? Haverá menos vida em ler Ao farol do que ordenhar uma vaca ou atirar uma granada de mão? O isolamento de uma vocação literária -o isolamento que envolve bem mais do que se sentar sozinho num quarto durante a maior parte de sua existência enquanto desperto- tem tanto a ver com a vida quanto acumular sensações ou companhias multinacionais em em meio à balbúrdia generalizada.
Entrevista a Le Nouvel Observateur,
1981.
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